O vermelho seco do meu verso é denso.
Por ele escorre em doce fúria, o pranto.
Nele desliza a valsa do lamento,
na veia vil que se revela en-canto.

No meu salão repleto de tristezas,
escuto as árias da melancolia.
Danço sozinha em meio às incertezas,
que bailam bêbadas, lânguidas, vazias…

Mas é tão belo o mágico espetáculo,
que não vislumbro o amanhecer do dia.
Eu permaneço em minha madrugada.
Cheia de Lua – nova nostalgia.

E vou sozinha ao centro do universo,
erguendo a taça cheia de esperanças.
E bebo às lágrimas, sabor de alma,
despedaçada por tua lembrança.

Goimar Dantas
(em algum dia de 1994)