A primeira vez que trepei
(num pé de Seringueira),
pensei: “Comigo, ninguém pode”.
Eu tinha sete anos
e um milhão de sonhos.
Subi bem alto.
Olhei pro horizonte,

 

medi o mundo.
Achei pequeno demais…
Desci cheia de soberba,
calcei as chinelas e
fui pra casa.
Um cômodo de madeira
que o asseio e o amor de minha mãe faziam brilhar.
No chão,
folhas de jornais
assumiam o papel dos tapetes.
Eu respeitava e,
cuidadosa,
só pisava em anúncio,
horóscopo,
notícia de guerra.
A vida era boa demais!
O mundo é que me esperasse pra ver.
Encerrei aquela tarde de descobertas
de modo sensacional:
pão com manteiga e café.

 

Goimar Dantas
São Paulo
05/06/2007